sexta-feira, 18 de abril de 2008

O Aquecimento Global



Nos últimos anos a abordagem sobre Aquecimento Global vem tomando conta dos noticiários e artigos científicos. Volta e meia o assunto retorna com força. Mas será que as pessoas realmente sabem do que se trata o Aquecimento Global? Suas causas reais e, o principal, suas conseqüências no planeta?


O Aquecimento Global é o aumento da temperatura média dos oceanos e da atmosfera da Terra. A polêmica gira em torno de saber se ocorre devido a causas naturais ou antropogênicas, ou seja, causadas pela humanidade. Hoje se sabe que o Aquecimento Global está relacionado com um fenômeno natural no planeta denominado Efeito Estufa. No entanto, estudos científicos mostram que a humanidade e seu desenvolvimento funcionam como um acelerador desse processo.


No mundo científico, ocorre um grande debate, que leva a duas correntes. A maioria dos pesquisadores entende que as emissões de gases estufa na atmosfera que causam o aceleramento do Aquecimento Global estão ligadas aos seres humanos. Um grupo menor de cientistas, embora concorde que está ocorrendo de fato o Aquecimento Global, afirma que as causas principais são de ordem natural ou astronômica, como o aumento da radiação solar por motivos não completamente conhecidos.


O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) diz que grande parte do aquecimento observado durante os últimos 50 anos se deve a um aumento do Efeito Estufa. Modelos climáticos produzidos pelo IPCC projetam que as temperaturas globais de superfície aumentarão no intervalo entre 1,1 e 6,4 °C entre 1990 e 2100. Apesar da maioria dos estudos ter seu foco no período até o ano 2100, espera-se que o aquecimento continue por mais de um milênio.


A reação dos cientistas que discordam do modelo antropogênico do Aquecimento Global é baseada no alto grau de incerteza dos estudos apresentados como se fossem verdades incontestáveis pela mídia e pelos movimentos ambientalistas. A comunidade científica toma muito cuidado em não pregar a idéia de que o Aquecimento Global não seja um problema, não passando de um evento completamente natural na Terra, como os outros inúmeros processos de alteração de temperatura que já ocorreram durante a história do planeta.


O professor Jairo Luis Cândido, coordenador do Curso de Ciências Biológicas do Unilasalle mostra de forma didática o Aquecimento Global. Ele acredita que o Efeito Estufa, fenômeno natural, provocado pela composição química de nossa atmosfera, retendo calor e garantindo a vida no planeta, esteja sendo intensificado pelo acúmulo de gases (gás carbônico, monóxido de carbono, metano e dióxido de enxofre). Essa acumulação pode estar associada ao consumo exagerado de combustíveis fósseis, desmatamentos de grandes florestas e outras atividades humanas presentes em nossa sociedade. Esse processo de intensificação do Efeito Estufa é denominado Aquecimento Global. Isso tem causado muita confusão nas pessoas em geral, pois na sua maioria acreditam que o Aquecimento Global seja natural, na verdade o Efeito Estufa que é natural.


Em sua análise, o professor Jairo Luis Candido faz um prognóstico a respeito do futuro com o progressivo aumento das temperaturas. Existem várias tendências, desde leves alterações nas estações do ano e temperaturas médias anuais em diversas regiões até catástrofes ambientais sérias, como devastação de áreas de floresta, inundação de regiões costeiras, mudanças drásticas nas temperaturas médias anuais com conseqüências imprevisíveis na agricultura. Há previsões de 1 a 6 graus acima das médias anuais atuais.


“O protocolo de Kyoto é um paliativo, mesmo assim importante no sentido de indicar um compromisso internacional de políticas ambientais", diz o professor. O protocolo não garante a reversão do processo de aquecimento, mas indica a possibilidade de entendimentos entre os países signatários nesse sentido. E com a polêmica da não assinatura do protocolo por parte dos Estados Unidos Jairo Luis Cândido considerou que não bastaria o país assinar o documento, pois muitos dos que assinaram continuam tendo uma atitude pouco conservacionistas em vários sentidos.


Por outro lado, a respeito do documentário “Uma verdade inconveniente”, de Al Gore, ante a polêmica estabelecida pela comunidade cientifica de o documentário trazer dados verdadeiros ou ser somente uma manobra política. Jairo Luis Cândido c0onsidera que da mesma forma que o Protocolo de Kyoto, o documentário foi importante no sentido de levar a discussão desse assunto a vários locais no mundo, provocar a discussão, o debate. Apesar disso, percebe que há sim um interesse pessoal de Al Gore na divulgação do documentário.


Com opiniões diferentes, a aluna Gabriela Pasuch, do curso de Ciências Biológicas que atualmente faz seu trabalho de conclusão do curso sobre Aquecimento Global explica o assunto. Ainda não existe uma comprovação cientifica de nenhuma dessas teorias. Ela acredita na causa geológica como a causa principal, mas não desconsiderara a corrente antropogênica. A ação humana funciona como um acelerador e agravador do fenômeno. O planeta já passou por períodos de aquecimento e resfriamento em outras eras. A Terra sofreria com o Aquecimento Global independente da existência dos seres humanos. O que deve ser questionado, em sua opinião, é qual a nossa contribuição no desenvolvimento do processo.


Não se pode mensurar o impacto da interferência humana no Aquecimento Global. Os dados disponíveis fornecem informações de outros períodos de aquecimentos antes do surgimento da humanidade. Várias atividades humanas lançam na atmosfera gases que já fazem parte do Efeito Estufa. Contudo, a industrialização mudou para sempre a relação entre o homem e a natureza.


O governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, conquistou a simpatia dos ecologistas apoiando medidas que limitam a emissão de gases na atmosfera. Ele tenta forçar o cumprimento do acordo do Protocolo de Kyoto mesmo contra a vontade do presidente G. W. Bush. “Alternativas como essas podem ser consideradas válidas. Colocar o ambientalismo em discussão política pode ser uma forma de atingir uma maior conscientização. Mas não podemos ser tão otimistas a ponto de considerar essas mudanças como medidas eficazes para reverter à aceleração do aquecimento global”, diz Gabriela.


O futuro da humanidade é incerto, nem os cientistas chegaram a um consenso. Espécies podem ser extintas, pessoas e animais estarão expostos à falta de água, cidades ou até países podem vir a desaparecer e há uma grande chance de ocorrer o aumento da fome. O mundo enfrentará ameaças constantes de enchentes, tempestades e erosão. Áreas que atualmente sofrem com a falta de chuvas se tornarão ainda mais secas. Mas nem tudo é apocalíptico. Pesquisas afirmam que, enquanto os pedaços de gelo que se soltaram da Antártida vão derretendo, deixam pelo caminho os nutrientes que permaneceram congelados durante milhares de anos. Isso atrai microorganismos fotossintetizantes e forma uma espécie de floresta marinha que serve de base para cadeia alimentar nesse continente. “Com isso, percebe-se a formação de um novo ecossistema, o que aumenta a produtividade biológica na região”, conclui Gabriela Pasuch.


Com tantas teorias e teses, se torna complicado para as pessoas entenderem o que se passa ao redor, na sua casa, que é o planeta Terra. Enquanto o mundo científico não chega a um consenso, a industrialização vem complicando cada vez mais a situação do planeta. Além de esclarecer o que é o Aquecimento Global é preciso buscar meios para encarar esse possível mal, uma colisão entre políticos, cientistas e as pessoas consideradas comuns, mas são as que têm a força para reverter à situação.

0 comentários: